abril 19, 2008

Mensageiro dos Ventos



Pela manhã eu ouço o mensageiro
Aquele tilintar de metais batendo um no outro
Como sinal de boa nova
Saio pelas ruas, pensamento longe
Tão longe quantos o vento que bole com as pedras do mensageiro
Pensamento longe da minha realidade
Perto daquele que desordenou meus sentimentos
E as chaves?
Onde estão as chaves do meu castelo que agora parece mais uma caverna sombria e assustadora?
Onde deixei as chaves do meu refugio, do lugar onde posso me esconder de toda essa loucura que circula minha mente?
Caminho, olho e nada de chaves
Somente o barulho dos mensageiros do vento
Não havia me dado conta de quantos são
Em cada varanda, em cada janela
Há um pra me azucrinar, me fazer lembrar, me fazer chorar
Continuo a caminhar
Pergunto aqui e pergunto acolá
E nada de encontrar
Céus onde fui deixar?
E esses mensageiros a me importunar?
E esse meu pensamento que não para de vagar
Ando mais um pouquinho tentando me concentrar
Para ver se o tal do vento pode me ajudar
Oh chave onde fui te esquecer?
Oh pensamento o que quer saber?
Oh sentimento o que detem você?
O mensageiro parece avisar
“Olha a chave aqui, venha buscar”
Agora é só para o castelo voltar
Ficar no meu refugio
Tentar me acalmar
A caverna sombria é coisa da minha imaginação
Logo desaparecerá essa sensação
Quando o meu amor tranqüilizar meu coração.

Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

abril 17, 2008

Aniversário



Hoje faz um ano que você saiu por aquela porta
Faz um ano que me deixou completamente confusa
Um ano que perdi o rumo do que eu fazia
Um ano que por dias eu subsistia
Não comia, apenas sofria.

Um ano que eu passei buscando resposta sua
Um ano a espera da sua volta
Um ano, com sua volta, tentando entender
O quão falso um homem pode ser

Um ano tentando não lembrar
Sorrir sem chorar
Sair sem não querer voltar
Um ano tentando não dizer
Aquilo que ninguém queria mais escutar
Um ano tentando não falar em você
Que era a única coisa que eu podia fazer
Pois era a única coisa que eu podia pensar

Hoje faz um ano que eu tive medo da vida
Tive medo de sentir felicidade
Pois foi a felicidade que me deixou ferida
Quis desistir de tentar com tão pouca idade

Hoje faz um ano que tive e venci a depressão
Um ano que brigo com aquilo que achei que fosse amor
Um ano que aprendi a viver com a dor
Um ano que fechei meu coração

Hoje faz um ano que você desceu aquela escada
Um ano que suas palavras se mostraram nada
Um ano que mentiu para uma pessoa apaixonada
Um ano que iludiu quem já era magoada

Hoje faz um ano que busquei minha força interior
Que tentei dissipar meu ódio e não guardar rancor
Hoje, depois de um ano, sei quem são meus amigos
Aqueles que me ajudaram e que me ouviram
Hoje, depois de um ano, sei o valor de um sorriso
Sei o quanto dói a falsidade
Sei que para recomeçar não tem idade
Me arrependo do que para você eu fiz
Lamento se realmente te fiz feliz

Por sorte nada daquilo realmente aconteceu
Hoje faz um ano que não tenho você
Mas eu chorei como se chora por alguém que morreu
Porque fez um ano o momento que mais quero esquecer


Irene Tiraboschi

(direitos reservados)