Ao Mestre com Carinho...
O filme é um clássico da saudosa sessão da tarde, não que ela não exista, mas nós crescemos e deixamos de ter tempo para ela e, quando temos, percebemos que o cinema também atingiu a idade adulta.
Sinto falta da sessão aventura, da Super Vick, das novelas água com açúcar, onde o único estresse era se o casal ia se beijar ou não.
Não tínhamos tantas intrigas, cenas fortes, emboscadas...
Sinto falta dos tempos do colégio, onde havia bullying, mas nós chamávamos de zoeira, apelido sem graça e, embora tenha sofrido,na época,e eles doessem, são um dia de paz comparado ao que ocorre hoje.
Sinto falta do Bambalalão, da estória que entrou por uma porta e saiu pela outra, dos desenhos fofinhos.
Sinto falta das brincadeiras na rua, dos passeios de bicicleta, da segurança que minha mãe tinha enquanto eu brincava e hoje, que sou mãe, não tenho.
As drogas eram contos distantes de filmes americanos que passavam no corujão.
Sinto falta do guarda - chuvinha de chocolate, de amigos que se foram e os que não foram, mas estão distante.
Sinto saudade do rolo de filme 36 poses, enrolar a fita K7 com caneta BIC e apertar o REC e PLAY assim que o radialista calar a boca.
Sinto falta do Banco Imobiliário
Saudade também das idas ao supermercado, o dinheiro parecia fazer mais milagres.
A saudade veio quando testei o DVD que gravei e mesmo estando perfeito, senti falta das fitas de vídeo, as idas à locadora, o lanche do Português.
Saudade das férias em Goianésia!!!
Aquela serenidade que não vemos e a ingenuidade perdida.
Eu senti saudade de mim e de uma época da minha vida.
Irene Tiraboschi
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