não sou tão má quanto pareço
eu, lá no fundo, desejo
que a brisa se aquiete e que não haja vento
seria um verdadeiro lamento
coisa do tipo que não se remedeia
você ver destruído por completo
seu mundinho encantado feito de areia
deparar-se com realidade
que não existe essa sorte, essa fama ou a cidade
faria se sentir um fracasso na sua idade
coisa que é e não sabe
haja visto a ausência de maturidade.
Irene Tiraboschi
novembro 30, 2015
janeiro 14, 2015
Vício
Eu, ás vezes, me esqueço
Me virei do avesso
Para que você achasse o tal lado certo
Me deixei por perto
Tão perto que ficou incerto
Tão presente que de mim me fiz ausente
Tão decente que minha alma se despiu por tédio
Eu, ás vezes, me acho
Me mantive escondida
sob teu pudor
Uma brasa tentando ser floco de neve
Me fiz calma , me fiz leve
Um sorriso gentil com cheiro de flor
Guardei minha libido
Dissipei o veneno da língua
Em palavras tolas de amor
Eu sempre faço isso
Tento me encaixar em manuais de instruções
Logo o defeito aparece, eu me encontro in natura
O amargo característico da menina rebelde
O gosto ácido da seriedade
As pitadas coerentes de insanidade
E como todo produto com vício é devolvido
Eu volto ao meu mundo pouco colorido
Assumindo minha estranha personalidade
Irene Tiraboschi
(publicado em rede social - direitos reservados)
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