maio 18, 2007

A Janela

Eu fico horas olhando o vidro da janela, esperando momento de sair daqui.
Quero encontrar o jardim que está lá fora, mas a chuva insistente me obriga a permanecer assim .
Creio estar sentenciada a esperar a chuva passar e alguém abrir a janela .
Pior é a aranha, ela não se cansa de tentar me machucar, fica ali de tocaia no canto da janela sempre esperando um descuido meu pra lançar sua teia maléfica.
Ela não se importa com nada, só quer destruir meu sorriso e o brilho de minhas asas,ela nem percebe o mundo a sua volta, sua agilidade, sua importância no ecossistema.
Não sei mais o que fazer,sei que logo eu estarei livre dela, porque uma aranha e uma borboleta não podem ocupar o mesmo lugar.
Meu lugar não é aqui.
Eu sou borboleta não combino com um canto de janela qualquer.
Meu mundo é um jardim cheio de flores e fadas, cheio de anjos, cheio de vida.
A janela fechada é somente a passagem a ser usada , mas que não quer se abrir.
E enquanto isso a aranha fica ali, no canto da janela esperando o momento certo pra que possa me pegar.
Quero que a chuva passe logo, com o dia ensolarado a janela irá se abrir, eu poderei bater minhas asinhas e voar pra longe da aranha , encontrar meu lugar, bem longe de tudo isso aqui!

Irene Tiraboschi
(direitos reservados)