agosto 27, 2009

Tantas Definições

Entre tantas definições
Eu sou a que melhor se encaixa
Sou a que melhor te convence

Ou a que mais te irrita

Sou a música que canta sem saber a letra
Sou o filme que gostou e não sabe o nome
Sou a banda que curte, mas não tem o cd

Entre tantas definições
Sou a flor que comprou e não entregou
A matéria da escola que não aprendeu
Ou seu quase inexistente arrependimento

Eu sou a peça do carro que precisa
O celular moderno que quer comprar
Sou seu time na final do campeonato
O direito de dormir na segunda-feira

Eu sou férias remuneradas
Três dias de folga antes do fim de semana
Eu sou o fim de semana

Entre tantas definições
Eu sou quem você não queria ter encontrado
Eu sou queijo e vinho em noite fria
Eu sou paz e sossego no final do dia

Eu sou o sol do sábado a tarde
A cerveja gelada do dia mais quente do verão
Eu sou a batida sincronizada do coração

Entre tantas definições
Eu sou seu maior erro e seu melhor acerto
Eu sou sua história no decorrer do tempo
Sou sua alegria e suas emoções


Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

agosto 11, 2009

Evolução e Sabedoria



O que há de novo no mundo?
Uma festa, uma música, um amor
Não há nada que nos pareça perigoso
O que há de novo aqui?
A vida dá voltas e nos vemos no mesmo lugar
Ficamos felizes quando sentimos o amargo gosto da vingança
Nos deliciamos com a derrota do inimigo e nem sequer damos conta de que também fomos vencidos pela ignorância
do mundo lá fora.
Não há jogo sem quedas e arranhões: pode se obter a vitória e um braço quebrado
e quem foi derrotado está sem medalha, no entanto,sem ferimentos.
O que há de novo para dizer ou lembrar?
A pessoa perde um tempo precioso desejando a dor de outra, sem perceber que seu ódio está tornando sua vida
um caos e que tudo que está dando errado é culpa única e exclusivamente dela.
Outras pensam que podem manipular qualquer um, fazendo com que ajam e pensem de acordo com sua vontade,
sem medir conseqüências, sem calcular a mágoa que causa ou as intrigas.
Eu acho que me deixei levar pelo lado negativo da natureza humana e fiz parte desse jogo confuso de maldade e destruição
Acho que fui menor que aqueles que me apunhalaram porque acabei fazendo o mesmo que eles, sem saber o real motivo
do ódio que me fizeram crer sentir.
Eu deixei meu ego sufocar meu bom senso e não pensei nos corações envolvidos, nem observei o olhar traidor daquele que me abraçava.
E o que há de aprendizado nessa pequena história?
Que as festas e a música são para semear a paz, e o amor é um sentimento nobre criado para seres incomuns.
Que o novo pode ser aquele velho e conhecido perigo, o qual dói dizer e mais ainda lembrar.
E que a evolução está na sabedoria e grandeza da alma.


Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

agosto 09, 2009

quando o amor vira ódio....


Outra vez eu vi o “te amo” virar ofensas e de repente, tudo aquilo que era maravilhoso em você passa a ser defeito.
As máscaras sempre caem, diz a maioria das canções, só que ainda nos surpreendemos.
Geralmente nos chocamos quando “o amor da nossa vida” diz que não nos amava, nos chocamos quando percebemos que o telefone não atende mais ou que o Messenger nunca fica on.
Nos chocamos quando alguém que dizia ter orgulho de nós, acha que nosso trabalho é perda de tempo.
Quando o amor vira ódio, as palavras se tornam amargas e frias.
Engraçado é que, como todo relacionamento, começa diferente, tem a sensação de que agora você encontrou alguém que te completa ou que te entenda e depois, como se fosse regra, esse sentimento segue um padrão e acaba da mesma forma.
Engraçado como que a pessoa que magoa é também a que falhou e que não respeitou aquilo que foi combinado com o olhar e a emoção do primeiro beijo.
As máscaras sempre caem e todo relacionamento é igual.
Amanhã é outro dia, você acaba amadurecendo a idéia e por fim arquiva a dor.
Ontem quem era sua vida, passa a ser apenas uma pessoa que passou por ela.
Amanhã, você conhecerá outras tantas e uma delas poderá encantar seu coração.
E até que o fim aconteça, você poderá acreditar que dessa vez será diferente e , se tiver sorte, quando menos esperar, verá que foi mesmo, que dessa vez deu certo e por certo, não estará sofrendo.
O nome disso é esperança, o sentimento que sobreviveu a curiosidade de Pandora, o mesmo que te ajuda a superar quando descobre que quem te odeia, nunca soube te amar.


Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

julho 30, 2009

A verdade



A verdade é um sonho de padaria
É o chinelo no pé ao final do dia
É o grito quando a alma pede socorro

A verdade é a salvação do mundo moderno
É o aprendizado na folha de caderno
É o corte profundo da minha mão

A verdade é lágrima da menina
É dor de uma pessoa inocente
É um minuto de loucura da razão

A verdade é o que me salva agora
Abre meus caminhos
Quebram-se as correntes

A verdade marca o fim de minhas eternas buscas
Limpa da memória minhas amargas lembranças
Dá ao vazio da vida um pouco de esperança

A verdade não cicatriza ferida
Mas liberta o sorriso preso na saudade
Faz com que a dor seja alívio
Gota a gota, sinto o gosto da felicidade

A verdade é como sono insistente
Que te obriga a manter seus olhos fechados
A lágrima que cai, gela com a brisa
Deixando meus lábios molhados

A verdade tem força
Bem mais que meu estúpido coração
Talvez seja ela que me faz sentir de pé
Mesmo deitada no chão

A verdade esclarece os erros seus
Vem de encontro com meu adeus
De repente, chegamos ao fim
Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

julho 27, 2009

A Menina




Um dia,
a menina achou que poderia viver sob a luz do sol
achou que a vida fosse uma delícia
achou que um desenho pudesse ser real.

Apenas uma menina.


Um dia,

essa menina achou que poderia abraçar o mar
surfar na onda da felicidade
correr pelas ruas de uma grande cidade
e caminhar no parque quando fosse primavera.

Um dia, 

essa menina leu “O Pequeno Príncipe”
saiu espalhando aos quatro ventos 
  /que seria responsável por aqueles que cativasse
cobrou da rosa reciprocidade pela redoma de proteção
 / criada no mundo da informação.

Um dia,

essa menina rasgou seu diário
jogou fora um livro sobre verdade
fez uma viagem até o pôr-do-sol
e respirou ar puro da crueldade.

Um dia, 

essa menina olhou para trás,
olhou com dó todas as suas feridas
tomou o café mais infeliz de sua vida 
e desejou bom dia aos que deveria ter amado.

Um dia, 

a menina se despediu do travesseiro
ouviu a música do coração
guardou as mágoas no baú do veleiro,
leu “Amor de Perdição”.

Um dia,

a menina disse aos ursinhos que ia parar de chorar, 
que suas lágrimas não iam mais ver 
e como se fossem gente de verdade
pediu que cada um tentasse entender.

Um dia, 

a menina subiu a serra da saudade, 
seu sangue em brasa
seus sonhos em vão, 
ela queria resgatar sua personalidade
queria lembrar aquela velha canção.

Um dia, 

a menina olhou a foto de seus amigos
 /e sem que cada um escutasse, pediu perdão.
Pensou nos seus pais, avós e irmãos.
Desejou que o futuro fosse bom aos frutos 

e que os frutos fossem bons.

Um dia, 

a menina olhou para o céu e naquela hora passava um avião 
e, como uma folha de papel, 
se desfez ao molhar-se nas bolhas de sabão.

Agora a menina é menina dos olhos seus,
talvez um sonho bobo de verão.
Alguém para quem você não disse adeus.
Alguém que quando entrou no mar, só queria encontrar o chão.


Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

julho 26, 2009

Pensamentos





Minha vontade de escrever ultimamente tem se intensificado… talvez seja a chegada do outono, as folhas começam a cair, os ventos se tornam mensageiros.

Quando chegar o inverno quero estar como as formigas, que têm trabalhado arduamente;quero ser feliz como a cigarra que só cantou neste verão, atrapalhando o sono daquele que esperava o canto do rouxinol para se despedir da pessoa amada e voltar para casa.

Se tivesse perdido meu sapatinho, teria de me lembrar onde deixei, porque na correria de nossos dias não seria encontrado e ninguém iria de porta em porta para devolvê-lo e, se fosse, com uma desculpa desta, a liga extraordinária seria acionada.Talvez a liga não se preocuparia com problema tão pequeno,teria que tentar a liga da justiça ou Coelho Ricochete, o mais rápido e temido coelho xerife do oeste,todavia, sendo um sapatinho de cristal, eu nunca encontraria, não nos dias de hoje.

Se fosse hoje, Branca de Neve não dormiria tanto tempo, ela não teria comido a maçã, uma vez que o mundo anda tão complicado, aceitar qualquer coisa de estranho, mesmo que uma simpática velhinha, pode ser um risco mortal.

Naquela época havia inocência,as pessoas acreditavam uma nas outras.

Se fosse hoje, Bela Adormecida dormiria para sempre!!! Me diz que cara ia ficar tanto tempo perambulando atrás de uma garota que nunca viu?!

Certo, pode ser que hoje ainda teria um príncipe que fosse lá desperta-la, mas ela teria que contar com a sorte porque até ele chegar para beijá-la ia ter muita menina no caminho: ligando no celular, deixando scrapbooks ou atentando no MSN.Naquela época não tinha nada disso... oh época boa!!!

Não tínhamos que sofrer por ciúmes (risos!).

Ainda sobre a Branca de Neve, eu me pergunto se depois que casou com o príncipe, ela levou os anões pra morar com ela... Será?!Mas, a vida é assim mesmo, oh dia, oh azar... adeus mundo cruel!O jeito é tentar uma saída estratégica para esquerda e correr para Terra do Nunca discutir um pouco com os meninos perdidos ou pegar carona nessa calda de cometa e visitar o pequeno príncipe no seu planeta.

Isso porque quero escrever, colocar no papel tudo que vejo e aprendo, tudo que lembro e esqueço, tudo que guardo na memória.

Eu quero poder chegar à sacada e jogar minhas tranças pra que meu amor possa subir, mas pra isso meu cabelo precisa crescer e uma vez por semana hidratar.

Quero poder me entender com o mar...mas isso eu conto outro dia porque estou esperando o amor voltar.


Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

julho 19, 2009

Ausência



Ás vezes, me pergunto sobre o destino
Para onde eu vou, como será e por que
Ás vezes, penso nas circunstâncias
Nas situações que quero esquecer

Ás vezes, eu penso no que me restou
Se um dia, realmente, cheguei a ter
Ás coisas que guardo são inexistentes
Memórias do que imaginei viver

Carrego comigo mágoas diversas
Sua insensibilidade me provoca
Sua ausência,minha insignificância
E seu egoísmo me sufoca

Ás vezes, me pergunto porque acredito
Na sua nova versão
Me pergunto porque eu escuto
Suas mentiras de paixão

Eu sinto ódio de mim
Sempre que você desaparece
Porque vejo minha fraqueza
E isso me adoece

Se o amor nos deixa assim
Eu não quero mais sentir
Não quero ser parte dessa dor
Estou decidida a desistir

E se encontrar a alma gêmea
É amor cinzento de perdição
Eu prefiro viver por mim
Vendo cores na minha solidão

Irene Tiraboschi
(direitos reservados)

junho 13, 2009

Reencontro


O destino da alma é o coração
O caminho do coração é o desejo
A verdade tem seu gosto no beijo
De um dia único sem razão

O medo do que poderia encontrar
Nas mãos apenas um endereço
Um sorriso e mil perguntas no ar
No seu abraço, talvez um começo

O reencontro de uma história antiga
O jeito meigo de despertar a paixão
O carinho era nossa única canção
A esperança amiga de uma nova vida

O reencontro é um sonho
A lembrança do que nunca aconteceu
Mas é um sonho de vontade infinita
De sermos outra vez você e eu


Irene Tiraboschi
(direitos reservados)




maio 22, 2009

Quase uma Poesia


Minha tristeza viaja com o vento agora
Eu estou vendo toda a dor voar como uma ave
E essa ave leva minha mágoa
Leva a dor e aquele olhar perdido que me persegue

Minha tristeza está indo com a correnteza
Como um pente que deixamos cair à beira do riacho
E que não conseguimos alcançar
É só um pente, para que ir buscar?

Minha tristeza acabou como um pote de sorvete
Secou como uma poça d água, após uma chuva ácida
Terminou como se termina um namoro sem compromisso
Agora vejo a lacuna do meu coração
Como um remendo de um vestido
O retalho colorido que cobre o rasgo
até o deixa mais bonito

Minha tristeza acabou assim como meu dom para rimas
Mas a vontade de escrever que sentia, me trouxe até a velha máquina
E com ela tecer como se fosse uma coberta de linha
a alegria fria do momento

Minha tristeza se foi e agora são os tais novos tempos
Com crises e gripes de bichos que fazem as pessoas viverem isoladas
E se nosso abraço pode nos levar a morte
Melhor será viver sozinha
E isso que anima!

Eu nunca irei me machucar
O que me dá certeza de que tal a tristeza
Nunca irá voltar.

Irene Tiraboschi
(direitos reservados)